quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não se iluda, o final não é tão breve assim.

Falta um pouco de orgulho pra tudo dar certo.
Falta um pouco de orgulho pras coisas darem certo pra vocês.
Daí você volta pra ela, com medo que ela te esqueça, que ela goste de outro.
Ela com um rapaz, o sexo, o amor, a intimidade rasgam a alma.
O ciúme, a dor e tudo que faz parte daqueles típicos momentos.
Daí o maremoto acalma, a rotina perdura e a solidão faz parte.
Mal passa o tempo e o você consegue encontrar o sumo de toda a história: E se ela te esquecer?
Esquecimento é imperdoável.
Terminantemente imperdoável.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ele não entrou.
Ele surgiu e me disse oi.
Quando eu retribuí, ele invadiu, entrou em erupção, ejaculou, esbofeteou o que eu achava que era.
E eu me desfiz em flores, oh sim, isso era poético.
A carne, o extremo, as risadas ensandecidas do pós-sexo e nada maculava a pureza dos nossos demônios.
Nada inexistia, império etéreo, beleza sem fim.
Tudo o que me atordoa é justamente nada.
Esses momentos enlouquecidos entre meu pensamento e o ato.
É a falta de certeza, e é a própria.
É o fogo-fátuo que desacelera o passo, faz suspirar, tensamente.
Eu só queria rasgar esse momento e cair nos maus lençóis.
Atrever, desnudar, inundar, afogar
na minha imunda verdade. Salute!
Mas eu morro na praia, no medo, na estrada.
Eu morro na falta, no nada.
Tá, eu vou contar uma história que sempre quem vem aqui em casa ouve.
Eu era pequena, uns 7 anos e tinha um gato.
Um gato que ficou tão deprimido quanto eu era.
Sim, eu não era uma criança tão feliz e saltitante, eu era, no mínimo, estranha.
Voltemos...
Era assim: eu trancada no quarto e ele, com aquela situação toda, escolheu o sótão. E de lá não saíamos, cada um no seu canto.
Sempre a mamãe tinha que levar comida pros dois "bichanos".
Sei que o gato acabou morrendo e eu não.
Sou uma grande filha da puta, tínhamos um pacto.
O mesmo pacto da morte aos 27 anos e os 3 J's.
Ou então de morrer novo feito Kurt e Ian Curtis.


Moral da História: Não se contente com um modismo. Uma hora um suicídio pode parecer hard, coisa de gente do meio rock. Hoje em dia isso é definitivamente tão emo!
" Mulheres que não admitem a sua dor – aquelas que são perfeitamente esquecíveis – não merecem nenhuma poesia, ou rascunho, ou rápida melodia, pois se recusam a abrir mão do conforto de uma farsa em nome de uma verdadeira vocação: a de sofrer belamente.
O Drummond escreveu que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Um verso bonito, além de sábio, porém tipicamente masculino. Mulheres não sofrem por opção, sofrem por evolução. Nós sofremos porque percebemos coisas que os homens ainda não são capazes. Talvez, um dia.
Não há, portanto, a mulher que não sofra – há a que não se mostra. Já que o sofrimento é, para nós, uma espécie de vestido lindo, antigo e bem adornado; um Paul Poiret. À nossa disposição, no cabide. Então usaremos essa roupa, não tenham a menor dúvida. E algumas de nós o farão em público, deslumbrantemente."

(Fernanda Young sobre Amy)

Foi isso mesmo.
Ela se olhou no espelho, fitou seus próprios olhos por instantes e depois errou a direção. Virou as costas, abandonou, cansada de si.
Você chora por dentro, veste um sorriso e vai.
Olá vida.

A Pergunta.

Eu não sou teu conceito
Eu não sou tua razão
Eu não sou o tempo esperado
Não aos teus ensaios
Idem às experiências
Eu quero que tu te explodas
Que tu não te dignifiques
Que o sério sejam risadas insanas
Que os enfermos dancem
Aqui, na ponta dos dedos
Nas afiadas lanças, olhares
Que me tocam
Que sorriem
Me sintam
E morram num sorriso aterrador.
Eu lembro, lembro muito bem de acordar, olhar pelo mosaico da janela e ver os vultos prontos pra trabalhar, os passos contados até o final da vila em que morava, as situações aparentemente aterradoras de ter que satisfazer a Sra. Rotina. Um passo a menos, um ônibus atrasado, um sorriso inesperado, uma flecha no teu alvo e tudo se desespera, a solução inexiste, um erro na mecânica do nosso planeta.

Onde foi que você se esqueceu? Onde foram parar teus instintos? Esgotados, esmagados, deprimidos pelo caminhão da aparente virtude absoluta, nas rédeas cegas, centradas, na matemática certa das várias variáveis? Não existe objetivo fácil e claro num mundo cheio de possibilidades.

Apesar das metáforas, da subjetividade, a ordem é viver e saber sobreviver a isto.

Feridas doem mas ensinam.

As pessoas ainda sorriem, o tropeço faz parte do trajeto e nenhuma boa intenção é ordem final para todos. Mas sim, eu vivo.
Eu queria ter uma bomba.











E não ser uma.

Mais do mesmo

E naquele tempo, onde tudo deveria parecer mágico, eis que ganho um coelhinho, lindo, o esteriotipado bichinho de pêlo branco e olhos vermelhos.
Tinha lá os meus 5 anos e nunca havia lhe dado com a morte, talvez nem soubesse a dimensão e o impacto que isso causava.

Sei que naquela manhã, coloquei no canto do pátio, próximo à lavanderia, a cenoura e o pires com água. Era a minha primeira experiência cuidando de outro ser, me importando(ou tentando) um pouco mais com aquela coisinha do que com qualquer outro brinquedo.

Ele começou a roer aquele pedaço laranja com certa violência, e depois de satisfeito, se pôs em frente ao pires e abaixou a cabeça pra que pudesse alcançar a água...

10 segundos, 15, 17...

Sim. Era tão bonito quanto bobo.
O bichano esqueceu de tirar o focinho da água.

Seria cômico se não fosse trágico. Todos fizeram cara de "oh, coitadinho!", mas decorridos 7 segundos, gargalhavam.

Porra, naquele dia eu conheci a morte.
E em prantos agarrei a perna da minha mãe, com o sentimento da culpa ser toda minha.
Homicida.

E eu juro, se tratava de suicídio.

Mas que diabos era suicidio?
"Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro."

[Ovelhas Negras - Caio F.]
"Saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade. Amor amor amor amor amor amor amor amor amor amor. Todos os beijos já existentes e não existentes todos os beijos os beijos dados mais os que estão por dar. Não se perca. Não se esqueça. Viver bem é a melhor vingança."



[Cartas - Caio F.]



Me descreveu totalmente. Cortar laços com o passado pode parecer insensível ou ingrato, mas é precioso poder parar de pensar um pouco e viver. Isso é uma arte.
-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também, mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.







["O Dia em que Júpiter encontrou Saturno" - Caio Fernando Abreu]
De repente
habitava em mim
remota memória.
Nem beijos,
abraços,
despedidas.
Nada.

Gêneses e término se completavam
no momento das Escrituras,
posto que eu,
per omnia,
transitava no pré-mundo.
As asas me doiam.
A coroa me pesava.
Anjo e rei,
fiquei sentado
à direita da escolha.

Eu era tudo (e não era):
Estilete ágil
Flecha rombuda
Pássaro diluviano
Mensageiro do apocalipse
Corda frouxa.

De repente
olhava as estrelas,
e circunspecto, perguntava:
- por que é que elas não caem ?



[Pequeno Evangelho Pessoal - José Maria de Vilar Ferreira]

In my soul

When that fat old sun in the sky is falling
Summer evenin' birds are calling
Summer's thunder time of year
The sound of music in my ears
Distant bells
New mown grass smells so sweet
By the river holding hands
Roll me up and lay me down

And if you see
Don't make a sound
Pick your feet up off the ground
And if you hear as the warm night falls
The silver sound from a time so strange
Sing to me
Sing to me

When that fat old sun in the sky is falling
Summer evenin' birds are calling
Children's laughter in my ears
The last sunlight disappears
And if you see
Don't make a sound
Pick your feet up off the ground
And if you hear as the warm night falls
The silver sound from a time so strange
Sing to me
Sing to me
When that fat old sun in the sky is...(fades out)


(Fat Old Sun - Pink Floyd)
"Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"

Lou-Salomé
Ser mutável, anti heroína, paradoxo infindável, inconstância e tudo o que a maioria dos mundanos talvez queiram abolir de suas vidas.
Que se foda!
Grata por ser assim.

Talvez assim você possa aceitar a tua verdadeira vontade e viver realmente aquilo que queres.

Nada é tão absurdo aos olhos daquele que vê livremente. Absurdo é o desrespeito consigo mesmo.

Eu sou rainha do meu mundo. Nele, virtudes e defeitos são antagônicos extremamente válidos que existem pra uma única função: progresso.
Porque as palavras não são suficientes, as linhas tão condensadas, as formas tão concretas, a religião prega uma liberdade até onde os conceitos suportam, a moral e ética idem e tudo tem um fim. Tem um fim porque assim foi doutrinado, assim se quis.
Mas os sentimentos dançam dentre todas essas coisas e viajam num gozo além.


Quem nunca quis gritar além de 90 decibéis que atire a primeira pedra.


Nunca vou esquecer o melhor diálogo visto em Advogado do Diabo. Al Pacino aconselha e faz um show:


"Vou lhe dar uma pequena informação de bastidores sobre Deus. Deus gosta de assistir. É um gozador. Pense nisso. Ele dá instintos ao homem. Dá esse dom extraordinário e então o que Ele faz, juro, para seu próprio divertimento? Estabelece as regras em sentido contrário. É a 'pegadinha' do século. Olhe, mas não ponha a mão! Toque, mas não experimente! Prove, mas não engula! E, enquanto você fica pulando de um pé para o outro, o que ele faz? Fica rindo! Fica disfarçando, com se não tivesse nada a ver com isso. É um sádico! Venerar isso? NUNCA!"


Eis:




Amém.
O amor ?
Genioso.
Assim somos.
Um pouco de raciocínio, enfim. E quando existe toda essa certeza, posso finalmente seguir "meus caminhos".
Na solidão, sem nenhum sentimento de piedade, tudo é simplesmente calculável. Simplesmente. E certo dia eu acordo com um imenso desejo de jogar futebol na sala, lançar coquetel Molotov no salão principal da Unama, quebrar a cara do rapaz que sentou do meu lado no ônibus, e todas essas perversões que ficam na expectativa de um momento delicado, feito vírus da gripe que espera a barreira de seu sistema imunológico ficar sensibilizada.


Ok, ok. Nada disso é novo. Mas a fome é contínua.
E tudo segue imperceptivelmente aos olhos humanos.



Que merda, não ?

Contos de ninar

Acordei tarde de um sonho estranho. Não é a primeira vez que sonho com coelho. Penúltima vez era um arisco e branco animal que havia se emaranhado nos cabelos de uma criança que estava ao meu lado. Ele a arrastou por todo o campo, como o carro guiado por bandidos arrastou o corpo daquele menino João Hélio. Infeliz comparação, eu sei.
Eu fiquei sem reação, observando o coelho agarrado porém assustado no cheio e claro cabelo dela e seu corpo pequeno moído como um saco de ossinhos.
Nesse último nada em especial, eu havia adotado um. Arisco também. E branco.

Levantei às 16h dando conta de um trabalho acadêmico pra ser entregue no mesmo dia, de qualquer forma não houve pressa.
O quarto, um caos. Eu também. Duas semanas eternamente tediosas, sem motivação alguma. A porra do lençol que nunca me protegia do frio, a televisão jogada no chão junto com inúmeros dvd's piratas de filmes que não eram exatamente o que a capa indicava, inúmeras coisas que aprendi a dividir espaço na hora de dormir, a calça jeans que eu acabava por dormir vestida, os livros embaixo da cama, o copo quebrado fruto de um chute acidental que estranhamente insistiu em não me ferir o pé, as toalhas praticamente servindo de pano de chão, 5 carteiras de Carlton vazias e tudo o que poderia ter no quarto de alguém que praticamente também adornava o quarto feito um objeto. Um objeto qualquer.

Não sei lhe dar com certos tipos de situação, sou o tipo de pessoa que dança em chuva ácida, vamos admitir que uma hora fudeu, ok ? Então a tia morre e eu saio, eu saio por não saber a reação, talvez pra não saber dela mesmo.

E hoje então talvez eu veja que é hora de juntar os cacos, de limpar o armário(mais uma vez), lavar as roupas. Assim o fiz. O copo cortou o dedo, não achei uma coberta quente, a televisão não tinha jeito e os objetos que dormiam comigo ainda existem. Pra uma próxima recaída, talvez.

Mas... e agora ?

Olá madrugada! Eis a situação, a mais difícil das situações.

E nada de Rivotril, garota!

Ler Nietzsche é instalar o caos dentro de si: desçam ao play interno, crianças.

E se foi Nietzsche quem trouxe o caos...






"A Genealogia da Moral é um questionamento não somente das origens da moralidade na história do homem, mas também de sua aplicação em todos os atos do ser humano. O binômio bem e mal, bom e mau surge de alguma maneira por influência de interesses. Quais seriam esse interesses? Aqueles de um poder dominante? Aqueles de uma classe que se considera superior, para estabelecer e expandir seu domínio sobre outra, classificada como inferior?
A falta, o pecado, o erro, enfim, seriam decorrência realmente de uma má ação ou de um conceito que procurou inserir no pensamento humano um sentido do que é bom em si e, em decorrência, de algo que em contraposição, é mau? O bom e o mau como atos existem em si como consequência da existência de uma consciência boa e de uma consciência má ou seriam simplesmente figuras inventadas pelos espíritos que se consideram superiores para poder escravizar os espíritos inferiores?
Não teria sido em consequência dessa vontade de poder de alguns que foram inventados os conceitos de falta, de pecado? Em outras palavras, a moral como classificação de tudo aquilo que representa o bom e de tudo aquilo que representa o mau não parece significar senão um poder que pretende se impor em detrimento dos mais fracos, dos espíritos inábeis, daqueles que necessitam ser guiados ao percorrer o caminho da vida, ao trilhar as sendas da vida que possam conduzir a um bem-estar, a uma alegria sofrível de viver ou a uma felicidade plena.
O ideal de ascese, de repressão das paixões e dos sentimentos menos nobres, não passaria de uma manipulação dos mais fortes para exercer seu domínio sobre os mais fracos, inventando uma religião e um estilo de vida capazes de reprimir o erro, a falta, o pecado, em nome de uma felicidade futura, situada num além inatingível neste mundo, mas fixado como prêmio no outro.
Para conseguir inculcar no homem todos esses princípios fabricados a partir de uma vontade de poder de alguns, surge a moral, que distingue não-valores de valores ou a inexistência de valores diante daquilo que deve ser realmente considerado e tido como valor. A todos os conceitos que envolvem esses elementos de vida, de busca por um sentido da vida, são aferidos valores morais ou uma moralidade. Mas por quem? Por quem tem verdadeiramente autoridade para isso? Ou por quem quer simplesmente dominar os outros, seja por meio de princípios físicos, psicológicos, religiosos?
A Genealogia da Moral procura responder a todos esses questionamentos de uma forma direta, forte, contundente, bem ao estilo de Nietzsche".

Apresentação do livro que tenho em mãos no momento, A Genealogia da Moral do famoso filósofo alemão citado acima.

Na verdade, muito do meu raciocínio do post anterior foi fomentado por este livro que nem ao menos terminei de ler. Nietzsche foi um puta cérebro, mas a grande questão não consiste em apenas admira-lo e muito menos absorver suas palavras como a mais certa. O filósofo incita e aponta o que homem esqueceu há tempos. O segredo certamente está na dúvida, ou melhor, na vontade eterna do pensamento, do conhecimento.

Devo aqui insistir em um pequeno trecho já escrito acima:

"Em outras palavras, a moral como classificação de tudo aquilo que representa o bom e de tudo aquilo que representa o mau não parece significar senão um poder que pretende se impor em detrimento dos mais fracos, dos espíritos inábeis, daqueles que necessitam ser guiados ao percorrer o caminho da vida, ao trilhar as sendas da vida que possam conduzir a um bem-estar, a uma alegria sofrível de viver ou a uma felicidade plena."

Ainda com Nietzsche finalizo:

" - Quanta verdade pode um espírito suportar, quanto pode arriscar um espírito? Isso foi se convertendo cada vez mais pra mim no verdadeiro critério do valor. O erro (a crença no ideal) não é cegueira, o erro é covardia...Cada conquista, cada passo em frente no conhecimento é consequência da coragem, da dureza consigo mesmo, da limpeza para consigo...Não refuto os ideais, calço simplesmente luvas perante eles... "Nitimur in Vetitum"¹: sob este signo minha filosofia há de vencer um dia, porque até agora a única coisa que foi proibida sempre, por princípio, foi a verdade"


¹ Nitimur in Vetitum : Expressão latina que significa "Lançamo-nos em direção ao proibido".


Pequeno trecho do livro Ecce Homo.

Limpando armários

Lembro que esse costume se originou desde a minha adolescência, que como tal, comprava e lia todo mês aquelas revistas astrológicas. Um guru e seu turbante branco, o que me proporcionava uma visão misteriosa, quase chegando a ser hilária. De qualquer forma o homem indicou o quanto era necessário fazer a limpeza de armários em ambientes que normalmente passamos grande parte do tempo. Explicava que em todo lugar onde as pessoas tocam é moradia para suas energias. E sigo limpando até hoje...

Acontece que seu armário(o do meu quarto, no meu caso) já não tem mais características de quem um dia o decorou. Se torna apenas funcional...e limpo! Sem registros de histórias passadas, sem cartas de ex-namorados, fotos de amigos que sabe-se lá que caminhos trilharam.

Limpar armários é pessoal, íntimo, requer cuidado. Pior ainda quando o armário é você...

Não é falta de personalidade ou dissimulação, mas o que compõe as pessoas não pode se resumir a uma descrição no Orkut. Existe muito entre o nascer e o morrer, não nascemos perfeitos, senão já seria digna de minha última vestimenta(o caixão) ou talvez seria até mesmo descartável a minha vinda. Na verdade poderia até mesmo afirmar não ter idéia alguma de qual das Patrícias aqui fala.

E você se olha no espelho e conclui que...

...o cinto de rebites, clássico grito de amor ao rock'n'roll já não funciona mais;
...os cd's do Led, Deep Purple e Metallica são menos dignos do que o silêncio aos seus ouvidos;
...o cigarro já não rasga a sua garganta e não alivia mais sua ansiedade;
...aquela garrafa de vinho cuidadosamente escondida dentro do armário da cozinha não alegra mais suas madrugadas insones

Devo ainda esclarecer que as dúvidas e análises se estendem a nível de ordem, senso, juízo e inclusive tempo, espaço e dimensão.

Não sei se foi Nietzsche, se foi a idade, se foram as revistas, o armário ou se fui eu mesma. Mas minha espada banhada em dúvidas persiste a desafiar. No final das contas, sempre sou EU que faço a obra.