terça-feira, 10 de março de 2009

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não se iluda, o final não é tão breve assim.

Falta um pouco de orgulho pra tudo dar certo.
Falta um pouco de orgulho pras coisas darem certo pra vocês.
Daí você volta pra ela, com medo que ela te esqueça, que ela goste de outro.
Ela com um rapaz, o sexo, o amor, a intimidade rasgam a alma.
O ciúme, a dor e tudo que faz parte daqueles típicos momentos.
Daí o maremoto acalma, a rotina perdura e a solidão faz parte.
Mal passa o tempo e o você consegue encontrar o sumo de toda a história: E se ela te esquecer?
Esquecimento é imperdoável.
Terminantemente imperdoável.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ele não entrou.
Ele surgiu e me disse oi.
Quando eu retribuí, ele invadiu, entrou em erupção, ejaculou, esbofeteou o que eu achava que era.
E eu me desfiz em flores, oh sim, isso era poético.
A carne, o extremo, as risadas ensandecidas do pós-sexo e nada maculava a pureza dos nossos demônios.
Nada inexistia, império etéreo, beleza sem fim.
Tudo o que me atordoa é justamente nada.
Esses momentos enlouquecidos entre meu pensamento e o ato.
É a falta de certeza, e é a própria.
É o fogo-fátuo que desacelera o passo, faz suspirar, tensamente.
Eu só queria rasgar esse momento e cair nos maus lençóis.
Atrever, desnudar, inundar, afogar
na minha imunda verdade. Salute!
Mas eu morro na praia, no medo, na estrada.
Eu morro na falta, no nada.
Tá, eu vou contar uma história que sempre quem vem aqui em casa ouve.
Eu era pequena, uns 7 anos e tinha um gato.
Um gato que ficou tão deprimido quanto eu era.
Sim, eu não era uma criança tão feliz e saltitante, eu era, no mínimo, estranha.
Voltemos...
Era assim: eu trancada no quarto e ele, com aquela situação toda, escolheu o sótão. E de lá não saíamos, cada um no seu canto.
Sempre a mamãe tinha que levar comida pros dois "bichanos".
Sei que o gato acabou morrendo e eu não.
Sou uma grande filha da puta, tínhamos um pacto.
O mesmo pacto da morte aos 27 anos e os 3 J's.
Ou então de morrer novo feito Kurt e Ian Curtis.


Moral da História: Não se contente com um modismo. Uma hora um suicídio pode parecer hard, coisa de gente do meio rock. Hoje em dia isso é definitivamente tão emo!
" Mulheres que não admitem a sua dor – aquelas que são perfeitamente esquecíveis – não merecem nenhuma poesia, ou rascunho, ou rápida melodia, pois se recusam a abrir mão do conforto de uma farsa em nome de uma verdadeira vocação: a de sofrer belamente.
O Drummond escreveu que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Um verso bonito, além de sábio, porém tipicamente masculino. Mulheres não sofrem por opção, sofrem por evolução. Nós sofremos porque percebemos coisas que os homens ainda não são capazes. Talvez, um dia.
Não há, portanto, a mulher que não sofra – há a que não se mostra. Já que o sofrimento é, para nós, uma espécie de vestido lindo, antigo e bem adornado; um Paul Poiret. À nossa disposição, no cabide. Então usaremos essa roupa, não tenham a menor dúvida. E algumas de nós o farão em público, deslumbrantemente."

(Fernanda Young sobre Amy)

Foi isso mesmo.
Ela se olhou no espelho, fitou seus próprios olhos por instantes e depois errou a direção. Virou as costas, abandonou, cansada de si.
Você chora por dentro, veste um sorriso e vai.
Olá vida.

A Pergunta.

Eu não sou teu conceito
Eu não sou tua razão
Eu não sou o tempo esperado
Não aos teus ensaios
Idem às experiências
Eu quero que tu te explodas
Que tu não te dignifiques
Que o sério sejam risadas insanas
Que os enfermos dancem
Aqui, na ponta dos dedos
Nas afiadas lanças, olhares
Que me tocam
Que sorriem
Me sintam
E morram num sorriso aterrador.
Eu lembro, lembro muito bem de acordar, olhar pelo mosaico da janela e ver os vultos prontos pra trabalhar, os passos contados até o final da vila em que morava, as situações aparentemente aterradoras de ter que satisfazer a Sra. Rotina. Um passo a menos, um ônibus atrasado, um sorriso inesperado, uma flecha no teu alvo e tudo se desespera, a solução inexiste, um erro na mecânica do nosso planeta.

Onde foi que você se esqueceu? Onde foram parar teus instintos? Esgotados, esmagados, deprimidos pelo caminhão da aparente virtude absoluta, nas rédeas cegas, centradas, na matemática certa das várias variáveis? Não existe objetivo fácil e claro num mundo cheio de possibilidades.

Apesar das metáforas, da subjetividade, a ordem é viver e saber sobreviver a isto.

Feridas doem mas ensinam.

As pessoas ainda sorriem, o tropeço faz parte do trajeto e nenhuma boa intenção é ordem final para todos. Mas sim, eu vivo.
Eu queria ter uma bomba.











E não ser uma.

Mais do mesmo

E naquele tempo, onde tudo deveria parecer mágico, eis que ganho um coelhinho, lindo, o esteriotipado bichinho de pêlo branco e olhos vermelhos.
Tinha lá os meus 5 anos e nunca havia lhe dado com a morte, talvez nem soubesse a dimensão e o impacto que isso causava.

Sei que naquela manhã, coloquei no canto do pátio, próximo à lavanderia, a cenoura e o pires com água. Era a minha primeira experiência cuidando de outro ser, me importando(ou tentando) um pouco mais com aquela coisinha do que com qualquer outro brinquedo.

Ele começou a roer aquele pedaço laranja com certa violência, e depois de satisfeito, se pôs em frente ao pires e abaixou a cabeça pra que pudesse alcançar a água...

10 segundos, 15, 17...

Sim. Era tão bonito quanto bobo.
O bichano esqueceu de tirar o focinho da água.

Seria cômico se não fosse trágico. Todos fizeram cara de "oh, coitadinho!", mas decorridos 7 segundos, gargalhavam.

Porra, naquele dia eu conheci a morte.
E em prantos agarrei a perna da minha mãe, com o sentimento da culpa ser toda minha.
Homicida.

E eu juro, se tratava de suicídio.

Mas que diabos era suicidio?