terça-feira, 29 de julho de 2008

Eu lembro, lembro muito bem de acordar, olhar pelo mosaico da janela e ver os vultos prontos pra trabalhar, os passos contados até o final da vila em que morava, as situações aparentemente aterradoras de ter que satisfazer a Sra. Rotina. Um passo a menos, um ônibus atrasado, um sorriso inesperado, uma flecha no teu alvo e tudo se desespera, a solução inexiste, um erro na mecânica do nosso planeta.

Onde foi que você se esqueceu? Onde foram parar teus instintos? Esgotados, esmagados, deprimidos pelo caminhão da aparente virtude absoluta, nas rédeas cegas, centradas, na matemática certa das várias variáveis? Não existe objetivo fácil e claro num mundo cheio de possibilidades.

Apesar das metáforas, da subjetividade, a ordem é viver e saber sobreviver a isto.

Feridas doem mas ensinam.

As pessoas ainda sorriem, o tropeço faz parte do trajeto e nenhuma boa intenção é ordem final para todos. Mas sim, eu vivo.

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