terça-feira, 29 de julho de 2008

Mais do mesmo

E naquele tempo, onde tudo deveria parecer mágico, eis que ganho um coelhinho, lindo, o esteriotipado bichinho de pêlo branco e olhos vermelhos.
Tinha lá os meus 5 anos e nunca havia lhe dado com a morte, talvez nem soubesse a dimensão e o impacto que isso causava.

Sei que naquela manhã, coloquei no canto do pátio, próximo à lavanderia, a cenoura e o pires com água. Era a minha primeira experiência cuidando de outro ser, me importando(ou tentando) um pouco mais com aquela coisinha do que com qualquer outro brinquedo.

Ele começou a roer aquele pedaço laranja com certa violência, e depois de satisfeito, se pôs em frente ao pires e abaixou a cabeça pra que pudesse alcançar a água...

10 segundos, 15, 17...

Sim. Era tão bonito quanto bobo.
O bichano esqueceu de tirar o focinho da água.

Seria cômico se não fosse trágico. Todos fizeram cara de "oh, coitadinho!", mas decorridos 7 segundos, gargalhavam.

Porra, naquele dia eu conheci a morte.
E em prantos agarrei a perna da minha mãe, com o sentimento da culpa ser toda minha.
Homicida.

E eu juro, se tratava de suicídio.

Mas que diabos era suicidio?

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